Eu às vezes provocava para ver como ele se saia, e na maioria das vezes eu quem levava a pior. Bian era astuto e sabia conduzir a conversa até onde ele queria que ela chegasse. Mas mesmo assim, me respeitava muito.
- Bian, deixa beijar sua boca, vem. Deixa dizer que te amo.
- Sempre seu, vida.
- Coração aqui quase explode quando lê isso... A gente precisa se casar logo, more. Vai que eu morro antes da nossa lua-de-mel, né?
(Risos)
- Pronto, já estou quieta. Rindo demais aqui, amor meu.
- Uia! Porque, não quer ter lua de mel, more?
- Claro! E quero lingerie champanhe, para combinar com a sua pele.
- Delicia...
- Sou santa, se você não sabe. E também não faço nada sozinha. Ou você me acompanha ou vou ficar assim, até quando não agüentar mais e te pegar de surpresa. Considere-se avisado.
- Adoro surpresas.
- Te farei uma qualquer noite dessas. Só não te avisarei com antecedência.
- Não se preocupe, estarei pronto.
- Era para você ficar preocupado... Nos dias de hoje, vida, não dá pra confiar em qualquer uma assim não.
- Eu sei.
(Risos)
- Posso ser uma assassina perigosa procurada pela policia, e aí? Como você se defenderia? Tem que pensar nessas coisas, sabe?
- Eu te pegaria de surpresa também, te daria um beijo bem gostoso e você não iria ter forças para me matar mais.
- Não confie nunca numa Bandida, amor. Eu não confio. E nem sempre beijos tem o poder de me frear. Às vezes tem efeito contrário. Está avisado. Bom... Onde paramos???
(Risos)
- Te amo, boba linda.
- Vou lá fora tomar ar. Deu um calor derrepente.
- Sei.
- Amor, você está me enrolando, né?
- Enrolando em que, vida? Eu não estou te enrolando não.
- Você não ia descansar? Vou ligar pra sua mãe e falar pra ela que você não me obedece.
(Risos)
- Duvida??? Me dá o numero!
- Ela me mata se você falar isso pra ela, more, pára.
- Me dá! Me dá! Me dá!!! Ou obedece ela ou vai se ver comigo, amor meu.
- Injustiça. Eu não fiz nadinha.
- Não mesmo. Nem foi dormir, que eu e ela pedimos tanto a você.
Que dificuldade... Às vezes eu pensava em deixar ele por conta própria, mas aí que ele não iria se cuidar mesmo.
- Bian.
- Oi, amor.
- Vamos nanar, vem.
- Agora?
- É!!! Ô meu Deus...
A sorte dele era que morávamos muito longe, mas minha vontade era poder cuidar mais destes horarios dele. Onde já se viu, ele acordava muito cedo, tinha que lutar num transito que não era nada amistoso, muitas vezes tinha que deixar relatórios prontos antes de sair, trazia alguns trabalhos para terminar em casa, e ainda por cima dormia muito tarde. Só que nesta última parte eu contribuía muito. Não via a hora passar ao lado dele, e quando me dava conta sempre era mais de 3:00 da manhã.
- More...
- Oi, vida.
- Fico aqui agoniada de ver meu amor caladinho assim.
- É cansaço, amor, liga não.
- Então, vida. Vem dormir, vem.
- Já vamos, amor. Estou passando uns documentos aqui para o computador. É rápido. O que você está fazendo, more?
- Nada, estou esperando meu amor.
- Já quer ir?
- Não, só vou com você. Não vou te deixar aqui não, vida.
- Já estou indo, estou muito cansado hoje.
- Te espero, vamos dormir juntos.
- Que horas você vai entrar?
- Às 21:00 para ficar com a Felicidade na sala dela, bebê.
- Ta bom, então. Vamos, amor.
- Vamos.
Aleluia! Bendito seja o cansaço. Venci ele sem muito esforço desta vez, mas mesmo assim ele tinha ganho 50% da batalha. Quando você vê quem você ama se desgastando, ficando esgotado, sua vontade é sempre fazer com que esta pessoa descanse, mas no nosso caso isso significa que teríamos que ficar longe um do outro, até sabe-se lá quando.
Meu chefe poderia dar uma de louco e me escalar para uma maratona de 3 noites seguidas de trabalho, a net poderia não funcionar, como vinha acontecendo quase direto, uma nave espacial poderia pousar aqui no brasil e alienígenas listrados de azul e rosa tomassem Brasília como quartel general de sua invasão.
Nossa! Viajei legal agora. Vou dormir também. (Risos)